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sexta-feira, 27 de setembro de 2013

O Edito de Ciro

A história começa a ser escrita

            Estamos no século VIII A.C. no ano de 765 nasce um rapaz chamado “Javé é a Salvação”, este menino vivera entre o reinado dos reis Uzias, Jotão, Acaz e Ezequias e seria morto em seu próprio reino pelo vil rei Manasses que o serrou ao meio.
            Homem de boca cheia de palavras sujas teve seus lábios tocados pelo fogo consumidor do braseiro de Deus, que após isso passou a ser usado para profetizar sobre o povo de Judá. Sua mensagem consiste em levar o povo para perto do Senhor e trabalhou como profeta conselheiro de reis, que nas situações de crise os encorajou a confiar em Deus e a levarem o povo ao arrependimento de seus pecados e a abandonar a idolatria.
            Conhecido com o profeta messiânico, até o nome de seus filhos fazia referencia a mensagem de Deus. Mas em poucas palavras este homem, Isaias, profetiza que o Senhor levantará um pastor chamado Ciro e que este faria tudo o que era a vontade de Deus, um rei que não esta entre os Israelitas ou Judeus, mas por amor a Jacó este seria levantando, para cumprir a vontade de Deus ainda que não o conhecesse. (Isaias 44: 26 a 45: 13).

O governo mundial e o povo de Deus

            Sobre o reinado de Saul, as doze tribos havia se transformando em uma nação, chamada Israel. Davi que o sucedeu expandiu o reino que foi consolidado por seu filho Salomão, o tornando uma nação forte e respeitada.
            Devido à idolatria de Salomão, pela mão de Deus o reino foi divido em Sul – conhecido como Judá e Norte – conhecido com Israel.
            Judá teve sobre seu domínio reis bons e reis maus, o que ora trazia o julgamento de Deus sobre eles e ora lhes trazia sua benção. Já Israel, foi de todo o mal, desde o inicio de sua emancipação se tornou idolatra e fez alianças com povos que os corrompiam ainda mais, quando o grande Império Assírio que dominava o mundo naquela época o levou cativo em 722 A.C, ainda nos tempos de Isaias.
            Judá permaneceu com seu reino e não foi conquistado. A Assíria foi derrotada pela Babilônia durante o reinado de Josias de Judá, que foi morto ao tentar impedir que o Faraó Neco fosse auxiliar os Assírios na batalha contra o rei Babilônico.
            Josias foi o ultimo rei justo e livre de Judá e após a sua morte seus sucessores decretaram a destruição do reino. Agora não eram mais um reino independente e ficaram sujeitos ao domínio do Egito e logo em seguida a Babilônia, sendo o seu ultimo rei Zedequias que se levantou contra Nabucodonosor e foi humilhado, teve seus filhos assassinados e seus olhos vazados e foi confinado a viver como prisioneiro até o dia da sua morte.
            A nata da sociedade judaica foi levada cativa pelo rei Nabucodonosor, que tinha como característica de seu império após a dominação o transporte para um exílio em uma cidade que era estabelecida próxima a capital.

Hananias, Misael, Azarias e Daniel.

            Entre a nata da sociedade judaica que foi transportada para a Babilônia, encontramos alguns jovens como Daniel, Azarias, Misael e Hananias. Estes foram escolhidos dentre os filhos de Judá para serem representantes de sua nação e auxiliares do Rei Nabucodonosor no que tangia aos usos e costumes do seu povo.
            Com tantas nações abaixo de seus cuidados era natural que o rei precisasse de apoios destes jovens sábios e outros para determinar qual a melhor forma de agir em diversas situações.
            Enquanto no palácio Daniel e seus amigos se consolidaram como sábios na presença do rei. E um dia o rei teve um sonho ao qual não conseguiu entender, mandou chamar a todos os sábios e exigiu que lhes desse a explicação, mais ainda mais ele queria, primeiro pediu aos seus sábios que lhe contassem o que o rei havia sonhado e em seguida lhes desse a interpretação do mesmo.
            Loucura! Todos diziam. Mas Daniel e seus amigos confiavam no Senhor e sabiam que não os deixaria perecer. Propuseram um período de oração. Os rapazes oraram e pediram misericórdia a Deus e Daniel recebeu a noite a visão que o rei havia visto e Deus lhes explicou o que aconteceria. (Daniel 2: 26 a 49).
            Nabucodonosor falece e após ele cinco reis babilônicos surgem e no tempo de Belsazar o último rei da babilônia, Daniel teve um sonho, que lhe revelou ainda mais que as visões de Nabucodonosor. (Daniel 7:1-5)

Nasce o Urso

            O império Medo era um reino menor que a Babilônia, ao ocidente seu rei Astiages tinha uma filha chamada Mandane, a qual os magos do reino haviam predito que teria um filho. Em tempo de se casar seu pai não a ofereceu a nenhum de seus conterrâneos, mas a casou com um príncipe da Pérsia, reino que até então era dominado pelos Medos e menor que este.
            No primeiro ano do casamento de sua filha Astiages teve um sonho, e neste sonho nascia das costas de sua filha Mandane uma videira que lançava gavinhas sobre toda a Ásia. Sacerdotes Medos interpretaram o sonho e disseram ao rei que a videira era seu neto Ciro e que este tomaria o seu reino.
            Astiages mandou trazer seu neto e com intenção de mata-lo entregou a seu mordomo que o levou as montanhas, mas teve pena da criança e a entregou a pais adotivos que cuidaram do mesmo. Os anos se passaram e Astiages conheceu o rapaz e sobre ameaças fez com que seu pai adotivo confessasse o que lhe ocorrerá.
            O rei revoltado mandou assassinar o filho de seu mordomo e o convidou para um jantar, onde serviu como alimento o corpo de seu filho, porém o mordomo só o soube ao final quando o rei ordenou que trouxessem a cabeça do rapaz, o fazendo sofrer pela traição em não ter cumprido o pedido do rei.
Ciro finalmente se tornaria rei dos persas, até então um povo tributário dos medos. Então uma rebelião liderada por Harpago o antigo mordomo do rei, derrotou Astíages, que foi levado a Ciro para julgamento. O rei persa poupou a vida de seu avô, mas marchou para a capital da Média e tomou o controle do vasto território medo.
Assim que tomou o controle político de toda a região do atual Irã, Ciro conquistou a Lídia (reino cujos medos contendiam havia décadas, sem sucesso) e os territórios a leste da Pérsia até o Turquestão, na Ásia Central.

A conquista da Babilônia
            Belsazar atual rei da Babilônia, dava uma festa em seu palácio para mil pessoas, exaltou seu coração e mandou que trouxessem os utensílios da casa do Senhor que o rei Nabucodonosor tinha retirado de Jerusalém, para sua festa.
            Deu de beber vinho a todos os que estavam na festa e adoraram aos deuses falsos perante os utensílios da casa de Deus. Nesta mesma hora o Senhor lhe enviou uma mão que escrevera na parede MENE, MENE, TEQUEL e PERES. O semblante do rei mudou e nenhum dos seus sábios podia traduzir à escrita, até que lhe chamaram o agora velho Daniel que introduzido na presença do rei lhe informou que Deus estava pesando o rei e que lhe havia achado em falta e seu reino seria divido e entregue aos Medos e Persas.
            Naquela mesma noite e instante, enquanto as portas da cidade estavam abertas e todos estavam preocupados com a festa de Belsazar, o exercito de Ciro estava a desviar o rio que cercava a cidade em uma grande estratégia de batalha e foi quando concluíram a passagem do rio com as águas nas cinturas que o rei Belsazar naquela noite foi morto e Ciro estabeleceu sua conquista e reinado sobre a Babilônia, mantendo Dario como seu imediato no poder. (Daniel 5: 1 a 31).

O Edito de Ciro

            Conforme profetizado por Jeremias, o exílio durará setenta anos. No primeiro ano de Ciro rei da Pérsia, despertou seu coração como profetizado em Isaias:

Assim diz Ciro, rei da Pérsia: O Senhor Deus dos céus me deu todos os reinos da terra, e me encarregou de lhe edificar uma casa em Jerusalém, que está em Judá.
Quem há entre vós, de todo o seu povo, seja seu Deus com ele, e suba a Jerusalém, que está em Judá, e edifique a casa do Senhor Deus de Israel (ele é o Deus) que está em Jerusalém.
E todo aquele que ficar atrás em algum lugar em que andar peregrinando, os homens do seu lugar o ajudarão com prata, com ouro, com bens, e com gados, além das dádivas voluntárias para a casa de Deus, que está em Jerusalém.
Então se levantaram os chefes dos pais de Judá e Benjamim, e os sacerdotes e os levitas, com todos aqueles cujo espírito Deus despertou, para subirem a edificar a casa do Senhor, que está em Jerusalém.

Muitos dos Judeus não retornaram a Jerusalém, pois como Daniel e outros já haviam estabelecido uma vida fora de sua cidade, já haviam se acostumado ao comercio, falavam um novo idioma e adaptaram-se a uma nova liturgia independente do templo, onde a Lei assumiu o papel predominante ao invés de ritos de sacrifício com anteriormente.
Ao contrario dos demais dominadores, Ciro apresentava grande tolerância religiosa, até mesmo com outros países conquistados, pois permitira que os mesmos continuassem a adorar os seus deuses e seus reis permaneciam muitas vezes como seus lideres, uma estratégia que lhe proporcionou o maior reino visto até então.

Conclusão

Notem como Deus continuava no controle da história de seu povo e do mundo. Mesmo antes do exílio babilônico, Deus já havia levantando um homem que faria a sua vontade. Jeremias havia informado o tempo do cativeiro e Ciro foi levantando por Deus como profetizado mesmo este não sendo o seu Deus. Ele continuava fiel a sua aliança.

Como um Deus soberano, Ele faz o que deseja e todos os reis e reinos estão sujeitos a sua vontade. Agora mais uma vez o templo poderia ser edificado e o povo restaurado a presença de Deus.

A glória da segunda casa seria maior do que a da primeira, que foi seguida de alegria e choro. Deus restaurou seu cuidado com o povo.

Para nós fica a lição que, Deus tem propósitos na vida dos homens e mulheres que são separados para Ele e utilizasse da adversidade para nos achegar a Ele, moldar nosso caráter e nos mostrar que esta no controle não importando a situação.

Não há algo que possa mudar a decisão e a vontade de Deus sobre as nossas vidas.

 

Fonte:

Biblia Sagrada: Livros de Isaias, Daniel e Esdras.

Biblia da Mulher: Notas e Comentários, Epilogo e Resumo do Livro.

Livro de Estudo Exílio e Restauração – LERBAN – Pastor José Carlos da Silva




quarta-feira, 11 de setembro de 2013

Jerusalem Sitiada

Introdução
 
                Estamos próximos do ano 586 A.C, no cenário mundial surgiram potencias como o Egito, a Assíria que há mais de 150 anos já havia levado o reino de Norte cativo e agora começa a despontar uma grande potência que seria usada por Deus em muitos momentos para o cumprimento de seus propósitos.
                Israel se tornou uma nação com Saul, expandiu seu território com Davi e se consolidou com Salomão. Infelizmente a infidelidade do homem para com Deus além de afastá-lo da presença e vontade de Deus também trouxe desgraça ao reino que foi divido, subsistindo desta forma por aproximadamente 200 anos até que o povo do Norte, ora denominado Israel, pela mesma infidelidade trouxe sobre si a desgraça de se tornar escravo de um reino que os deportara.
                Os fatos históricos e a experiência que haviam presenciado, não foram suficientes para comprovar ao povo remanescente da aliança que o único Deus verdadeiro era Yahweh e neste momento declinam para a destruição total e a escravidão que mais cedo alcançou o povo do norte agora bateria a porta do povo de Judá e da grandiosa Jerusalém.
 
Um pouco antes...
 
                Após o reinado do Rei Manasses de Judá, Deus decretou a destruição deste reino. Seu reino foi tão cruel e descentralizado da vontade de Deus que este homem foi considerado pior que o povo que habitava aquele local antes da conquista de Israel. Lembrando apenas que Josué e seu exercito na época foram considerados como ferramentas de Deus no cumprimento do seu juízo.
                Manasses brincou com a ira de Deus quando, mandou construir altares a deuses pagãos e fez o povo adora-los, profanou o tempo de Deus, participou de toda tipo de todo tipo de espiritismo e feitiçaria e ainda sim sacrificou seus filhos aos deuses, no fogo os queimou.
                Com a morte de Manasses seu descendente assumira seu posto como rei e idolatra e dois anos mais tarde faleceu e foi quando Josias com oito anos de idade assume o trono.
                Josias revolucionou o seu tempo e celebra uma páscoa como nunca antes em Judá, ainda sim no fim da sua morte desobedeceu a uma ordem expressa do Senhor e foi morto pelo Faraó Neco que passava próxima a Judá, pois estava indo a batalha contra Nabucodonosor que estava a destruir o império Assírio e iria atrás do povo egípcio em seguida.
                Com a morte de Josias, o povo foi subjulgado ao Egito. Jeoacaz filho de Josias reinou por apenas três meses e foi levado prisioneiro ao Egito, ainda sim o povo foi obrigado a pagar um tributo ao Egito de três mil e quatrocentos quilos de prata e quarto quilos de ouro.
                Em seguida o Faraó do Egito colocou como rei a Jeoaquim.
                Na guerra que se seguiu a Babilônia venceu o Egito que se contentou e ficar dalém da Palestina e o povo de Judá agora estava sobre o domínio da Babilônia. Durante três anos o rei admitiu ficar subjulgado por Nabucodonosor, porém se rebelou e os caldeus caíram sobre ele providenciando a sua morte e a sucessão de três meses por seu filho Joaquim que julgou ser melhor se entregar ao rei como cativo e assim foi levado.
                Os reis de Judá já não eram mais livres e reinavam sobre um povo dominado, Zedequias o sucedeu e seria o ultimo rei a se assentar sobre o trono de Davi.
                Nabucodonosor invadiu a cidade levou tudo de valor que havia no templo e deportou toda a nata da sociedade judaica para a Babilônia.
                Zedequias assumira um país falido, e ainda sim não buscou ajuda no Senhor.
A história relata que existiam muitos falsos profetas neste período que diziam que nada estava mal e que por fim tudo ficaria bem, pois o Senhor teria misericórdia e que seus caminhos não precisavam ser consertados.
Através do profeta Jeremias Deus ainda lhe deu mais algumas chances e lhes disse que se voltassem seus corações ao Deus verdadeiro eles seriam perdoados e que não precisavam ser levados cativos. (Leia Jeremias 7 : 1-11 NTLH : Pense se não vivemos isto hoje)
Mas permaneceram em crer nos falsos profetas e a grande insatisfação de Deus consistia na persistência nos mesmos pecados a despeito das advertências continuas através dos profetas. Príncipes, chefes e lideres, sacerdotes e falsos profetas se uniam em praticar o mal e acobertar mutuamente suas iniquidades.
 
O alto preço pelos pecados
 
                Nabucodonosor não destruiu Jerusalém, este não era seu interesse. Enquanto o rei aceitasse o seu comando ele não precisaria se preocupar. Para Judá, em um reino falido, manter seu palácio não era fácil, tudo de valor no reino havia sido levado, até o bronze que poderia ser usado para fazer armas foi retirado do reino.
                Quando Zedequias tentou se livrar do rei da Babilônia então decretou seu fim. Nabucodonosor fechou o cerco sobre a cidade e durante seis meses, não permitiu que nada entrasse ou saísse. Assim a fome e a peste se agravaram sobre o reino. A alternativa era fugir a noite para não morrer pela espada dos caldeus. (Lm 4: 9 e 10)
                Jerusalém por fim sucumbiu à ira de Deus. Os caldeus foram apenas o instrumento usado para executar o Juízo.
                O Rei foi levado cativo, Nabucodonosor fez questão de matar toda a sua família na sua frente e ainda sim lhe furou os dois olhos, o deixando cego. Mas não o matou, antes o conservou vivo para viver a humilhação dia após dia, até a sua morte.
 
Síntese
 
                A história de Israel e Judá é cheia de promessas e do cuidado de Deus, apesar da infidelidade do seu povo podemos notar que em alguns períodos houve grande regozijo na presença do Senhor, porém a infidelidade a Deus os colocou na posição de escravos e ficaram sujeitos ao mundo ao seu redor, aprisionados a uma vida que não era o propósito de Deus para este povo e tampouco a vontade de Deus.
                Ainda sim, mesmo em meio a tanto descaso podemos observar que Deus apregoa em alta voz, por meio de profetas verdadeiros, como Jeremias, o arrependimento do povo e o retornar a Deus. Sua promessa ainda poderia ser cumprida, mas parece que o povo havia endurecido o seu coração. Um olhar mais critico e uma leitura mais apurada, percebemos que havia algo errado com os profetas.
                Deus ressalta que os deixassem de ouvir, pois no momento em que se falava da necessidade de arrependimento, muitos pregavam que não havia o que mudar, certamente que buscavam seus interesses e deveriam ser recompensados pelas suas profecias bem articuladas e comoventes, em meio às palavras de um profeta que pregava que se não mudassem seriam destruídos. Profetas estes que eram tão sábios quanto os magos do Egito que disputavam com Moisés, a saber, quem tinha mais poder, seus deuses de barro ou o Grande Eu SOU.
                O não ouvir a voz de Deus os deixou sujeitos ao mundo e cativos do inimigo que pode fazer com eles o que lhes bem entendesse.
 
Lições para Hoje
 
                A infidelidade a Deus nos coloca em posição de escravos, ou subjulgados ao mundo, ficando sujeitos ao mal que podem nos causar e nos aprisionar.
                Devemos ao contrário do que muitos “profetas” da atualidade pregam, nos arrepender e viver um evangelho de transformação e não de aceitação, deixando os nossos pecados e caminhando na direção de Deus, abrindo mão das nossas vontades da carne e dando espaço as vontades do Espírito.
                Diferente disto estaremos sujeitos ao mundo, que poderá nos transformar em homens cegos que comerão somente o necessário para sobreviver, alimentando somente o corpo e não o espírito e ainda sim sofreremos por não retornar aos braços do Pai até o ultimo dia das nossas longas vidas.
 
Conclusão
                Deus os havia advertido diversas vezes, mas em sua maioria ignoraram a palavra de Deus e o convite ao arrependimento. Confiaram em si mesmos, nas alianças que tinham com os poderosos da época e seus acordos de proteção mutua que tinham com os que os cercavam, confiaram em falsos deuses, em cultos hipócritas e em rituais sem vida para obter o favor de Deus.
                O que nos faz pensar, muitos de nós, não vive assim hoje?